Portos


Aporto.

Tal como mil vezes antes e tal como decerto irei fazer antes de chegar ao meu destino.
Sou recebido por uma multidão de estranhos, cada um com a sua mascara, alguns a mostrarem sorrisos, outros nem por isso.

Cada um enverga uma mascara tal como eu, cada um esconde os seus próprios desafios, dificuldades, tristezas, sucessos e alegrias.

Algumas daquelas pessoas já não está numa jornada. Algumas chegaram ao fim e aquele porto, não diferente de qualquer outro porto é o sítio que elas escolheram como seu.
Acho isso belíssimo.
As vezes, por pequenos instantes, imagino como seria se fosse aquele porto, igual a todos os outros, o meu porto. Mas não é.

Não sei quanto tempo fico em terra, mas é o suficiente para recuperar o folego e conhecer algumas das pessoas. Aquelas poucas que deixam cair um pouco da sua mascara e em troca eu deixo cair um pouco da minha. Algumas nunca iram sair daquele Porto, outras vão partir comigo, não sei por quanto tempo. Outras ainda vão partir noutra direção e não sei se as voltarei a ver.
Cada fragmento de mascara caída conta a sua historia, e cada historia é um fio que cria a tapeçaria que é a pessoa a minha frente.

Quando me preparo para zarpar chega o momento que é sempre o mais difícil. Alguns dos companheiros que chegaram comigo vão ficar ou seguir noutra direção. O adeus custa sempre, mas não ha outra hipótese.
Dou o ultimo abraço ou o ultimo beijo e lagrimas correm. Dou as primeiras boas vindas e sorrio.

E zarpo novamente

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