Guardian Angel
Em frente só há um caminho, uma ponte que mergulha na escuridão de um futuro incerto. Uso-a para caminhar por cima de um abismo sem fundo. Um passo e depois outro.
Repito os mesmos movimentos vez após vez. Quantas vezes já fiz exactamente o mesmo?
Deixo-me cair no abismo pois decerto será melhor que continuar nesta ponte sem fim... Um salto de fé... ou talvez tenha simplesmente desistido.
A sensação não é má de todo. Parece que estou a voar.
Então chamas por mim. o OOOO ecoa pela escuridão e parece que começo a cair mais devagar. Instantes depois vejo-te.
Cada madeixa tua tem uma cor diferente, um dos teus olhos é azul claro enquanto que o outro é vermelho. Vermelho como o vestido que tapa a tua pele, rasgado nas costas para as tuas asas fazerem o trabalho delas. Brancas como a neve inclinaram-se para trás e mergulhas na minha direcção.
Estico-te a mão. A primeira vez que estico a mão para alguém e não me deixas ficar mal... não tu... tu nunca...
Assim que os nossos dedos se tocam eu paro de cair. As minhas costas ardem enquanto são rasgadas por dentro mas não sinto dor... quando tas comigo nada me pode magoar. Instantes depois também eu tenho umas asas como as tuas e pela primeira vez subo em vez de cair.
Passamos pela ponte e continuamos para cima. Sempre a subir. Enquanto os nossos dedos estiverem entrelaçados nada nos parará. Então rompemos a redoma.
Luz por todo o lado.
Já não preciso caminhar sozinho... finalmente tenho alguém para voar comigo, rumo as estrelas.
Amo-te meu Anjo da Guarda...
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