Sleeping...
"Não é o filme que de vez em quando dizes que adoraste?" Perguntaste-me tu e eu respondi que sim, mas que tu não ias gostar.
Tiveste minutos e minutos a tentar convencer-me a ver a ver o filme contigo... somos o casal mais atípico de sempre não somos...?
Sentei-me no teu sofá, deixei-me enterrar como faço sempre... juro que quando me mudar para tua casa vou dormir no sofá :P
Tu vieste depois, deitaste-te com a cabeça no meu colo.
A sala estava sem luz a excepção da que vinha da do candeeiro da rua.
A TV estava sem som e até o filme começar fizemos o que mais gostamos... falámos de tudo e mais alguma coisa, na escuridão só havia sombras dos moveis, o meu sentido de tacto que me dizia que estavas ali encostada a mim e a tua voz a ecoar pelos meus ouvidos, como agua cristalina a correr por um ribeiro, pura e revigorante.
O filme começou e aninhaste-te no meu colo.
Não resististe até ao primeiro intervalo. Adormeceste no sono do justos e eu desliguei a TV no telecomando...
Fiquei horas a ver-te dormir, ver os riscos da tua cara a interagir com a luz amarela que entrava pela janela, ouvir os sons que fazias e sentir cada movimento teu.
Nessa noite lembrei-me da noite em que te conheci.
Ainda hoje não sei o nome daquele bar... tinha ido com uns amigos, um deles fazia anos e eu estava a apanhar a seca da minha vida, era o único que não estava bêbado como sempre...
Estava na rua, encostado a um muro a ver a noite passar, até que tu saíste desse mesmo bar com a Ana e a Marta... vinham aos ombros umas das outras a tentar dar um passo em frente. Foi essa a primeira vez que te vi.
Eras a que estava a esquerda, tinhas o cabelo a tapar metade da cara e a alça do teu ombro direito estava para baixo.
Nunca te disse o que me fez olhar para ti naquela noite. O teu riso. Enquanto as outras duas estavam a refilar por estarem bêbadas tu estavas a rir.
Foi o som do teu riso que me puxou a atenção naquela noite...
Depois lembrei-me da noite do nosso primeiro beijo. Aquela noite no parque das nações em que saímos todos.
Estavas completamente bêbada e pediste-me para ir contigo la fora para apanhares um pouco de ar. Fomos andar, estávamos no meio dos jardins, a passar na ponte sobre o lago quando me puxaste e beijaste.
Obviamente afastei-te, estavas bêbada... partiu-me o coração faze-lo mas tinha de ser. No dia a seguir disseste-me que não estavas tão afectada como parecias e que te lembravas de tudo...e não te arrependias de nada. E então fui eu que te beijei a ti.
Olhei para os ponteiros do teu relógio, aquele com as riscas fluorescentes e vi as horas. 5:30... olhei para ti uma ultima vez, vi o teu rosto e sorri. Beijei-te a testa e de seguida deixei-me dormir, embalado pelo teu respirar.
Até amanha minha rainha
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